O que é a varíola dos macacos?
- Dra. Karolline Figueiredo
- 9 de ago. de 2022
- 3 min de leitura
A varíola dos macacos é uma zoonose, causada pelo vírus monkeypox, do gênero Orthopoxvirus, pertencente à família Poxviridae. A essa família, também pertencem os vírus da varíola e o vírus Vaccínia, a partir do qual a vacina contra varíola foi desenvolvida.

Há duas cepas geneticamente distintas do vírus da varíola dos macacos: a cepa da Bacia do Congo (África Central) e a cepa da África Ocidental. As infecções humanas com a cepa da África Ocidental parecem causar doença menos grave, em comparação com a cepa da bacia do Congo.
Transmissão
Tradicionalmente, a varíola dos macacos é transmitida principalmente pelo contato direto ou indireto com sangue, fluidos corporais, lesões na pele ou mucosas de animais infectados. A transmissão secundária, ou de pessoa a pessoa, pode acontecer por contato próximo com secreções infectadas das vias respiratórias ou lesões na pele de uma pessoa infectada, ou com objetos contaminados recentemente com fluidos do paciente ou materiais da lesão. A transmissão ocorre principalmente por gotículas respiratórias. Esta enfermidade também é transmitida por inoculação ou através da placenta (varíola dos macacos congênita).
Ter parceiros sexuais múltiplos, pode aumentar os riscos de exposição à varíola dos macacos (mas a pessoa não precisa necessariamente ter relações para transmitir a doença). Aliás, pesquisadores investigam se o vírus pode estar presente no sêmen ou em fluidos vaginais. O tempo de incubação do vírus também é algo que está bem variável, segundo os especialistas. O período pode variar de 7 a 21 dias
Práticas sexuais aumentam o risco de contágio pelo contato íntimo e prolongado
Até o momento, a varíola dos macacos não é classificada como uma IST (infecção sexualmente transmissível), porque ainda não se sabe se os fluidos seminais e vaginais são capazes de transmitir o vírus. Mas infectologistas estão observando que o contato intenso e prolongado entre os corpos durante as práticas sexuais parece facilitar a transmissão da doença. Um estudo do New England Journal of Medicine, que analisou as amostras de mais de 520 infecções em 16 países, de abril a junho de 2022, indica que em 95% dos casos o vírus foi transmitido através de "atividade sexual".
É improvável se contaminar ao tocar em maçanetas ou experimentando roupas
Por causa da pandemia de covid-19, as pessoas estão preocupadas se podem pegar a doença ao tocar no corrimão ou em maçanetas, mas não é isso que estamos vendo com o monkeypox e não há evidência de que essas superfícies sejam um mecanismo importante de transmissão da doença E NEM EM ROUPAS.
Médicos citam sintomas que fogem do tradicional
Desta forma, é importante que pessoas deste grupo fiquem mais atentas aos sintomas que, de acordo com os médicos, estão seguindo um padrão diferente do que ocorre na África, por exemplo, principalmente com as lesões em órgãos genitais, ânus e no períneo.
Os cientistas ainda estão conduzindo estudos para saber se o vírus também pode ser transmitido quando o paciente está assintomático
Tratamento
Os sintomas costumam desaparecer espontaneamente, sem a necessidade de tratamento. A atenção clínica deve ser otimizada ao máximo, para aliviar os sintomas, manejando as complicações e prevenindo as sequelas em longo prazo. É importante cuidar da erupção deixando-a secar, se possível, ou cobrindo-a com um curativo úmido para proteger a área, se necessário. Evite tocar em feridas na boca ou nos olhos. Enxaguantes bucais e colírios podem ser usados, desde que os produtos que contenham cortisona sejam evitados.
Até esta segunda-feira (1º/08), o Ministério da Saúde confirmou 1.369 casos da varíola dos macacos. Ontem, a pasta também anunciou que o Brasil vai receber o antiviral tecovirimat para tratar casos graves da doença, mas ainda sem previsão de chegada ao país
De uma forma geral, fique atento aos possíveis sinais:
Erupções cutâneas na pele (que parecem espinhas ou bolhas)
Vermelhidão na pele
Febre
Dor muscular
Dor de cabeça
Dor de garganta
Tosse
Inchaço dos gânglios linfáticos
Calafrios
Exaustão
Controle da infecção
O alerta é para pacientes imunossuprimidos, como pessoas com HIV, em tratamento de câncer ou quem passou por um transplante e necessita dos imunossupressores pelo resto da vida, perfis mais suscetíveis aos agentes infecciosos e risco de desfechos graves da doença. Esse é justamente o público-alvo do tecovirimat
Isolamento obrigatório
O tratamento da varíola dos macacos exige isolamento obrigatório para conter a disseminação do vírus. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o tempo médio de incubação da doença é de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias. Apenas após as lesões cicatrizarem e a avaliação clínica de profissionais de saúde é que a pessoa está liberada para retomar as atividades e interações
E os casos de internação?
Segundo a infectologista, 90% dos casos do surto atual da varíola dos macacos têm evoluído sem complicações
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